Por Pericleon A. Rocha
Há 47 anos, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia do Meio Ambiente que passou a ser comemorado todo dia 5 de junho. E o que mudou de lá pra cá?
Creio que pouca coisa, principalmente, diante das ações nefastas do Donald Trump no ano passado, que vão de encontro ao Acordo de Paris contra a Mudança Climática e a atual política ambiental que visa a redução de emissões gases poluentes da atmosfera (GEE) dentre outros. Falar sobre meio ambiente no Brasil é muito complexo, os impactos provocados vêm desde a época do Império, José Bonifácio em 1823 declarou na Assembleia Legislativa do Império do Brasil que "a Natureza fez tudo ao nosso favor, nós, porém, pouco ou nada temos feito a favor da Natureza. [...] nossas preciosas matas vão desaparecendo, vítimas do fogo e do machado destruidor da ignorância e do egoísmo" e ainda fez uma profecia "virá então este dia (dia terrível e fatal), em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos."
Creio que pouca coisa, principalmente, diante das ações nefastas do Donald Trump no ano passado, que vão de encontro ao Acordo de Paris contra a Mudança Climática e a atual política ambiental que visa a redução de emissões gases poluentes da atmosfera (GEE) dentre outros. Falar sobre meio ambiente no Brasil é muito complexo, os impactos provocados vêm desde a época do Império, José Bonifácio em 1823 declarou na Assembleia Legislativa do Império do Brasil que "a Natureza fez tudo ao nosso favor, nós, porém, pouco ou nada temos feito a favor da Natureza. [...] nossas preciosas matas vão desaparecendo, vítimas do fogo e do machado destruidor da ignorância e do egoísmo" e ainda fez uma profecia "virá então este dia (dia terrível e fatal), em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos."
De lá pra cá inúmeros impactos ocorreram no Brasil e no mundo. Surgiram profissões, nesse ínterim, com objetivo de minimizar esses impactos causados pela interferência antrópica promovendo o desenvolvimento sustentável, e é claro que dentre elas destaco a medicina veterinária e a zootecnia. No fórum sobre “Zootecnia do Futuro o desafio da sustentabilidade que foi realizado pelo CRMV/ES em 2016, o zootecnista José Neuman Miranda Neiva, Professor Doutor da Universidade Federal do Tocantins, em sua Palestra “O ENSINO DA ZOOTECNIA NO BRASIL E OS DESAFIOS AMBIENTAIS”, destacou que os alunos de Zootecnia não estão sendo preparados para atuarem na área de meio ambiente e que é urgente discutir dentro dos cursos a importância da formação profissional na área. Na palestra “SOLUÇÕES ZOOTÉCNICAS PARA A PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL, AMBIENTAL E ECONOMICAMENTE” ressaltou que os zootecnistas devem despertar para as boas práticas como manejo de pastagens, aproveitamento e destinação de resíduos aliadas as ações governamentais como o programa de integração lavoura-pecuária, agricultura de baixo carbono, entre outras soluções e tecnologias que além de contribuírem para melhorar a produção animal, mitigam os impactos ambientais gerados. Ainda de acordo com Neuman: A questão ambiental é a maior oportunidade profissional que surgiu para o Zootecnista nas últimas décadas e defender a conservação do meio ambiente é defender a empregabilidade do Zootecnista.
Já para o Dr. Henrique Luís Tavares, Presidente da Comissão de Zootecnistas do CRMV-SP, discursou sobre “O PAPEL DO ZOOTECNISTA NA ÁREA DO MEIO AMBIENTE”. Ressaltou a Resolução MEC 04/2006 (Diretrizes Curriculares dos Cursos de Zootecnia) citando os campos dos saberes nas áreas relacionadas às Ciências Ambientais. Destacou os Princípios da Profissão expressos em lei (respeito à fauna e à flora; a conservação e recuperação da qualidade do solo, do ar e da água; o uso tecnológico racional, integrado e sustentável do ambiente) e explanou sobre as diversas atribuições do Zootecnista na área do meio ambiente e as oportunidades que o setor oferece na área pública e privada. Defendeu a Responsabilidade Técnica dos Zootecnistas nos empreendimentos de Uso e Manejo da Fauna, além de abordar outros assuntos como a nutrição e reprodução animal como ferramentas da conservação e preservação, destinação correta e aproveitamento de resíduos da produção animal, bem-estar animal, construções rurais adequadas ecologicamente, licenciamento ambiental, EIA/RIMA, legislações ambientais, empregos verdes, gestão ambiental além de destacar os desafios e oportunidades profissionais. Afirmou ainda que os Zootecnistas têm muito a contribuir para a construção de um novo, saudável e produtivo modo de interagir com as pessoas, os animais e o planeta sendo um elemento-chave para repensar os valores e as ideologias vigentes e estabelecer novas formas de pensamento e ação em todas as práticas produtivas. Enfatizou ainda que os Zootecnistas são capazes de gerar e aplicar conhecimento científico na criação racional de animais, usando a sua máxima produtividade para além da obtenção de lucro, conservá-los e preservá-los. O tema desenvolvimento sustentável é um "diferencial" na Zootecnia, representando uma competência essencial para estar bem colocado no mercado de trabalho.
No tema abordado pelo Zootecnista, o Professor Doutor Pedro Veiga Rodrigues Paulino da UFV/DZO, “A AGROPECUÁRIA DO FUTURO FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS ZOOTÉCNICAS” demonstrou que a evolução na produtividade da pecuária brasileira nos últimos 50 anos está totalmente ligada à adoção de tecnologia. Destacou que a população mundial em 2050 será de 9 bilhões e a demanda de alimentos será 100% maior que a produção atual. Segundo ele, o consumo de carne nos países em desenvolvimento crescerá ponderadamente. Na pecuária de corte nacional, 80% das pastagens estão degradadas e com baixos índices zootécnicos e taxa de desfrute. Os Zootecnistas têm competência e habilidades para empregar tecnologias já consolidadas visando aumento de produtividade e da unidade animal por hectare de pasto. Destacou a Pecuária Sustentável, com práticas socialmente justa, ambientalmente correta, e economicamente viável, são exigências atuais do poder público, setor privado e sociedade demonstrando um mercado de trabalho com grande potencial de crescimento e oportunidades para os Zootecnistas.
No tema abordado pelo Zootecnista, o Professor Doutor Pedro Veiga Rodrigues Paulino da UFV/DZO, “A AGROPECUÁRIA DO FUTURO FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS ZOOTÉCNICAS” demonstrou que a evolução na produtividade da pecuária brasileira nos últimos 50 anos está totalmente ligada à adoção de tecnologia. Destacou que a população mundial em 2050 será de 9 bilhões e a demanda de alimentos será 100% maior que a produção atual. Segundo ele, o consumo de carne nos países em desenvolvimento crescerá ponderadamente. Na pecuária de corte nacional, 80% das pastagens estão degradadas e com baixos índices zootécnicos e taxa de desfrute. Os Zootecnistas têm competência e habilidades para empregar tecnologias já consolidadas visando aumento de produtividade e da unidade animal por hectare de pasto. Destacou a Pecuária Sustentável, com práticas socialmente justa, ambientalmente correta, e economicamente viável, são exigências atuais do poder público, setor privado e sociedade demonstrando um mercado de trabalho com grande potencial de crescimento e oportunidades para os Zootecnistas.
Essa competência dos Zootecnistas é vista amiúde no Tocantins através de vários profissionais que atuam na área ambiental em diversos segmentos e órgãos como a Embrapa, Ruraltins, IFTO, UFT dentre outros. Na Embrapa, os zootecnistas Cláudio França e Pedro Alcântara do setor de Transferência de Tecnologia participam ativamente no plano ABC junto com os extensionistas rurais do Ruraltins como a Ana Clara Bohnen e Pericleon Rocha, dentre outros. O Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono) é um plano setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a consolidação de uma economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura. Este plano foi elaborado de acordo com o artigo 3° do Decreto n° 7.390/2010 e tem por finalidade a organização e o planejamento das ações a serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, selecionadas com o objetivo de responder aos compromissos de redução de emissão de GEE no setor agropecuário assumidos pelo país.
O Plano ABC é composto por sete programas, seis deles referentes às tecnologias de mitigação, e ainda um último programa com ações de adaptação às mudanças climáticas: Recuperação de Pastagens Degradadas; Sistema Plantio Direto (SPD); Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); Florestas Plantadas; Sistemas Agroflorestais (SAFs); Tratamento de Dejetos Animais; Adaptação às Mudanças Climáticas e o mais famoso a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). Diversas capacitações foram feitas através de convênio, inclusive com implantação de várias Unidades de Referências Técnicas sendo a URT de Almas a que mais se destacou.
O Plano ABC é composto por sete programas, seis deles referentes às tecnologias de mitigação, e ainda um último programa com ações de adaptação às mudanças climáticas: Recuperação de Pastagens Degradadas; Sistema Plantio Direto (SPD); Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); Florestas Plantadas; Sistemas Agroflorestais (SAFs); Tratamento de Dejetos Animais; Adaptação às Mudanças Climáticas e o mais famoso a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). Diversas capacitações foram feitas através de convênio, inclusive com implantação de várias Unidades de Referências Técnicas sendo a URT de Almas a que mais se destacou.
Na UFT, a professora Doutora Flávia Tonani, que leciona na graduação do curso de Engenharia Ambiental e no mestrado de Agroenergia, publicou vários artigos voltados para o meio-ambiente com ênfase no sequestro de carbono e no manejo adequado do solo como: a Formação, manejo e recuperação da capacidade produtiva das pastagens das regiões norte e sul do estado do Tocantins e Impactos do Sistema de Ocupação do Solo sobre Propriedades Físicas e Químicas e no Estoque de Carbono do Solo dentre outros artigos. Já no IFTO, o professor Clauber Rosanova, que leciona na graduação e pós-graduação, publicou artigos como: O Potencial de Produção de Biogás em Bovinoculturas do Tocantins, Viabilidade da geração de energia elétrica com biogás em aviários comerciais no Tocantins dentre outros. O que eles têm em comum? São todos zootecnistas.
E o veterinário pode atuar na área ambiental? Sim. O médico veterinário deve estar atento às questões ambientais como erosão, a desertificação, a salinização, a contaminação dos recursos hídricos, a destruição da flora e da fauna, a extinção das espécies, os agrotóxicos, os dejetos orgânicos, os inseticidas utilizados nos controles de vetores, os medicamentos, promotores de crescimento e hormônios utilizados na alimentação animal e os modelos de produção agropecuária, não podem estar à margem da reflexão da atuação profissional.
A participação do médico veterinário na área de meio ambiente é marcada, em especial, pela sua atuação também como perito. Sua contribuição nesta área se dá em parceria com o biólogo na identificação taxonômica de espécies. É reservada ao médico veterinário a competência exclusiva na determinação da causa mortis dos animais, com intuito de identificar atos criminosos (OLIVEIRA, 2003). No primeiro Seminário Nacional sobre o papel do médico veterinário e zootecnista na Área Ambiental (2016) o integrante da Comissão Nacional de Meio Ambiente (CNMA/CFMV), Heitor David Medeiros, comentou sobre a relação entre o meio ambiente e saúde e a influência das mudanças climáticas nas zoonoses.
“Os recentes surtos de vírus demonstram a importância das doenças emergentes em todo o mundo e o papel dos serviços veterinários na prevenção, diagnóstico e monitoramento”, ressaltou também ressaltou a importância de uma atuação multiprofissional nas equipes de saúde. “Precisamos de profissionais com clareza de conceitos para que entendam facilmente de que maneira cada um pode atuar conjuntamente para enfrentar os problemas que possam surgir”, afirmou Medeiros. A também integrante do CNMA/CFMV, Elma Polegato, citou os resíduos de serviços de saúde animal. Os resíduos são os resultados das atividades exercidas com atendimento à saúde humana e animal e que precisam de processos diferenciados e tratamento prévio. Segundo ela, a mudança de postura dos produtores em relação aos resíduos pode gerar economia de custos e evitar prejuízos. “A boa prática do manejo de resíduos dentro dos estabelecimentos minimizam a geração de resíduos e visa preservar o meio ambiente, a saúde pública e os trabalhadores”, explicou Polegato.
Portanto, tanto a Medicina Veterinária quanto a Zootecnia, ambas estão ligadas diretamente ao Desenvolvimento Sustentável do país, junto com outras profissões importantíssimas como a Engenharia Ambiental, a Agronomia, a Engenharia Florestal, a Biologia e demais outras que contribuem para o aumento do PIB, gerando emprego e renda no momento de maior crise institucional e política dos últimos tempos.
“Os recentes surtos de vírus demonstram a importância das doenças emergentes em todo o mundo e o papel dos serviços veterinários na prevenção, diagnóstico e monitoramento”, ressaltou também ressaltou a importância de uma atuação multiprofissional nas equipes de saúde. “Precisamos de profissionais com clareza de conceitos para que entendam facilmente de que maneira cada um pode atuar conjuntamente para enfrentar os problemas que possam surgir”, afirmou Medeiros. A também integrante do CNMA/CFMV, Elma Polegato, citou os resíduos de serviços de saúde animal. Os resíduos são os resultados das atividades exercidas com atendimento à saúde humana e animal e que precisam de processos diferenciados e tratamento prévio. Segundo ela, a mudança de postura dos produtores em relação aos resíduos pode gerar economia de custos e evitar prejuízos. “A boa prática do manejo de resíduos dentro dos estabelecimentos minimizam a geração de resíduos e visa preservar o meio ambiente, a saúde pública e os trabalhadores”, explicou Polegato.
Pericleon Alves Rocha -
CRMV-TO 1194 VP/
CRMV-TO 1194 VP/
CTF/AIDA 678397-4 IBAMA
Extensionista Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins/RURALTINS
Coordenador do Território Nordeste do Tocantins
Diretor de Comunicação da ASSER-TO
Coordenador do Território Nordeste do Tocantins
Diretor de Comunicação da ASSER-TO
Tesoureiro do CRMV-TO (Triênio 2016-2019)
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